sábado, 29 de outubro de 2011

Durma


Acorda!
Ordenou a si mesmo como se fosse possível entender...
O poeta quando em devaneio
Parece mesmo sono de criança em noites de dezembro
Não sabe se acorda pra vida lá fora
Ou se continua vagando no leito do tempo!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Das Cores Que Não Pedem Planos


Faltava pouco para o amanhecer, mas ela conseguia enxergar todas as cores possíveis.
Ao debruçar-se sobre a janela, percebeu quão dignas eram suas visões, que talvez fosse preciso registrá-las.
Entrou para o quarto atônita procurando qualquer papel e caneta onde pudesse descrever aquilo tudo que vira, tudo que a imagem lhe causara, em meio a tanta desordem o esforço foi em vão. Nenhum pedaço miúdo de papel.
Descendo para a sala de estar tentou tatear na escrivaninha o bloco de anotações onde outrora guardara endereços e telefones e não pôde encontrá-lo. Gavetas do armário, vãos do escritório, não havia sequer uma conta a ser paga, nem um lápis com a ponta comida. 
Impaciente foi até a cozinha buscar guardanapos - que fosse - e tentar pelo menos o velho batom como tinta.
Chegando novamente a janela, que triste surpresa...
Para desgosto de seus olhos, e sentidos o relógio já:
10:00 am


(...)